Há anos convivo com pessoas de várias nacionalidades no ambiente de trabalho. Apenas no meu departamento, hoje, são dezesseis nacionalidades. Embora a famosa « cultura empresarial » sempre acaba criando uma certa homogeneidade de atitudes e comportamento, o dia a dia, para funcionar, se faz mesmo com comunicação e interação eficientes entre as partes. E aí a coisa pega.
Códigos culturais sâo enraizados e ditam muito sobre nossas atitudes e modo de pensar. Embora exista um idioma oficial no escritório, o inglês, ou melhor, o que chamamos de « broken english » pronunciado das formas mais bizarras aos ouvidos de um nativo, a verdadeira linguagem engloba os distintos comportamentos de cada um, em muito ditados pela origem e país de criação.
Muito se fala sobre isso e a internet está cheia de dicas e clichês sobre o tema. Tipo : brasileiro gosta de improvisar, suiço nunca atrasa, americano não joga conversa fora, mexicano diz vai mas não vai, alemão leva tudo ao pé da letra, francês intelectualiza e complica tudo, italiano fala demais e não vive sem um drama, japonês não sabe dizer não. Minha teoria é que há sempre um fundo de verdade nos clichês (se não as pessoas não se identificariam com eles) mas obviamente não se pode generalizar.
Sendo brasileira, mulher, num cargo global, com uma equipe enorme e diversificada pra liderar e sobretudo inspirar, presto muita atenção ao background de cada pessoa com quem interajo. Se possível, falo na lingua original da pessoa (não que eu seja mega poliglota mas me viro bem em quatro línguas e arranho um italiano). Aprendi que cada cultura tem algo de bom e interessante a oferecer quando se trata de trabalhar junto.
Com os anos fui aprendendo a entender e tirar o melhor proveito possível das diferenças: ser pontual, ir direto ao ponto sem rodeios, aprender a dizer não de frente, ouvir antes de sair falando, não são características muito latinas, mas também saber dar risada, relaxar o ambiente, jogar uma conversa fora de vez em quando ou ter uma conversa mais pessoal, entender que nem tudo pode ser planejado e saber improvisar, não são muito comuns entre americanos e na Europa (exceto Espanha e Italia). Mas essas são qualidades que aproximam as pessoas. De qualquer nacionalidade ou credo. Mas nem todas sabem como fazer. Ou melhor, como dosar.
Com os anos fui aprendendo a entender e tirar o melhor proveito possível das diferenças: ser pontual, ir direto ao ponto sem rodeios, aprender a dizer não de frente, ouvir antes de sair falando, não são características muito latinas, mas também saber dar risada, relaxar o ambiente, jogar uma conversa fora de vez em quando ou ter uma conversa mais pessoal, entender que nem tudo pode ser planejado e saber improvisar, não são muito comuns entre americanos e na Europa (exceto Espanha e Italia). Mas essas são qualidades que aproximam as pessoas. De qualquer nacionalidade ou credo. Mas nem todas sabem como fazer. Ou melhor, como dosar.
Eu me divirto e aprendo todos os dias com essas diferenças, procuro observar muito e, acima de tudo, respeitar cada um da maneira que é. E procuro me adaptar. Sempre. Já que sobre mim tenho controle, sobre o outro, não.
Só não tolero desrespeito, falta de educação com os outros e com o ambiente, deselegância gratuita e arrogância. Aí não tem nacionalidade que desculpe ou justifique. É deficiência de caráter mesmo.
No mais, adoro essa farra multi-cultural, multi-color e multi divertida que vivo todos os dias nesse mundo tão e cada vez mais globalizado. Que continuemos assim.